Embora sejam minoria no campo da construção civil, as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço no campo. De acordo com os últimos números do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) 2020 do Departamento do Trabalho, a taxa de participação feminina na região aumentou 5,5% em relação ao ano anterior. Este crescimento deve-se principalmente à procura generalizada por parte das mulheres de formação especializada nesta área.
Por serem postos, normalmente, considerados masculinos, a introdução feminina neste mercado ainda é muito complicada, visto que a liderança, também majoritariamente composta por homens, ainda dificulta a inserção desse público por conta dos estereótipos que foram pré-estabelecidos há décadas. Vale ressaltar que apesar da grande desigualdade de gênero, o setor vem se abrindo ano após ano e as grandes empresas de construção civil começaram a oferecer mais oportunidades às mulheres, devido ao seu alto nível de comprometimento e dinamismo.
Outro ponto importante é que muitas jovens têm se interessado mais por cursar Engenharia Civil, registrando um aumento na quantidade de mulheres estudantes dentro das salas de aula. Segundo informações do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o número de engenheiras registradas anualmente no sistema de controle foi de 13.772 para 19585, no período de dois anos. Analisando em porcentagem, esse acréscimo equivale a 42%, ultrapassando 190 mil mulheres ativas.
Dentre os principais fatores que contribuem para isso, temos a busca por novos desafios profissionais, a maior receptividade das empresas contratantes, incentivos públicos e privados na captação feminina para o setor, além dos inúmeros avanços tecnológicos no canteiro de obra, que dispensam cada vez mais os esforços braçais. Todas essas condições somadas favorecem a contratação de novas mulheres para a área.
Como é possível perceber, o Brasil ainda está distante de garantir a equidade entre homens e mulheres no segmento de construção civil. Porém, a capacidade técnica, força profissional e o compromisso feminino na luta por seus direitos estão promovendo um grande progresso e garantindo mudanças socioculturais. O principal resultado disso é o surgimento de novas gerações de engenheiras e operárias com mais oportunidades e reconhecimento no trabalho.